Pouco importa o QUANTO dura uma relação.....


A propósito das relações amorosas: Estava no supermercado ainda agora e assisti uma cena trágica se não fosse cômica, ou cômica se não fosse trágica. Uma senhorinha numa cadeira de rodas sendo conduzida pelo marido, já pela casa dos 70. Ela simplesmente tinha um pé quebrado e esbravejava, com toda a sua lucidez: "João, seu imbecil, não é este pão não! É o de milho, aquele da casa!!!!!!!!!!!!!!!" ao que João respondia,"Tá bem, querida. E o que mais?". "Deixe o carrinho aqui e vá buscar o pão!".  João trouxe o pão e não era exatamente o que ela queria. "Mas será possível, seu banana, você não faz nada direito!". João já atordoado não sabia se conduzia a malcriada e mal humorada pelos corredores do estabelecimento ou se procurava o famigerado pão de milho.Ela continuava a gritar: "Me leve para ver o pão, me leve para ver o pão!"  Eu, a meu turno, já estava com pena dos dois e um pouco irritada com a situação.  E olha que só estive presente no instante que esperava para pedir o meu pedaço de queijo branco na fila.

Fico imaginando o que levou estes dois pobres-coitados a um final de vida assim! Por que se permitiram se desrespeitar desta forma? Por que construíram isto para eles?

Vejo no consultório meninos e meninas em busca de um par, sem saber ao certo o que querem ser para o outro. Eles têm muitas exigências em relação à sua metade da laranja mas não pensam: "O que eu quero ser para uma outra pessoa!", "Como posso ser amável para alguém?". E vão sendo por aí, sem o menor pudor de se esparramar na vida alheia,  achando que o ser "amado", não tem mais do que a obrigação de servi-lo, tanto objetiva quanto subjetivamente. Depois, mais tarde, quando o objeto do amor vai embora, se perguntam: "O que eu fiz para merecer tanta decepção.", "Aquele desgraçado (a) me abandonou!!!!!!!"

Ora bolas!!!!!!!!!!!!!! Tem mais que abandonar mesmo, para ver se pelo menos sobra UM feliz! Naquele caso, João e Senhorinha estavam condenados à tristeza eterna! Transtorno amplo, geral e irrestrito. Fui embora consternada e repensando as "relações amorosas". Para que durar tanto tempo sendo tão ruim assim? Como dizia o meu preferido filósofo Espinoza, o que vale são os bons encontros, mesmo que sejam pontuais e momentâneos.

Fica a dica!

Adriana Santiago.

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